Vermelhidão, dor ocular, sensibilidade à luz… Sintomas muitas vezes atribuídos à conjuntivite também podem caracterizar a UVEÍTE, uma inflamação no olho com diferentes causas que, se não diagnosticada e combatida a tempo, pode afetar a visão para sempre. A boa notícia: um remédio moderno está sendo incorporado na rede pública de saúde para enfrentar uma versão desse problema.

UVEÍTE é um termo genérico para designar qualquer inflamação na úvea, uma camada que se prolonga pelo olho todo. A tal úvea envolve três estruturas principais: íris (a parte colorida do olho), corpo ciliar e coroide (uma membrana que abastece a região com sangue). Especificidades à parte, ela circunda o órgão da visão – portanto, a UVEÍTE pode comprometer diferentes regiões dele. Muitos episódios não têm uma causa conhecida. Mas infecções e doenças reumatológicas estão associadas à doença.

A toxoplasmose e a sífilis estão entre as principais causas no Brasil da UVEÍTE posterior (que ataca o fundo do olho). Nesses casos, os agentes infecciosos provocam uma inflamação no olho que dispara o problema. Já as doenças reumatológicas autoimunes, como a artrite reumatoide, estão mais ligadas à UVEÍTE anterior (que acomete a frente do olho). Aqui, são as próprias células de defesa do corpo que agridem a úvea.

Em resumo, quem sofre ou sofreu com alguma dessas enfermidades deve ficar especialmente atento.

Há ainda a UVEÍTE intermediária (que aflige o meio do olho) e até uma versão que acaba abalando o globo ocular como um todo.

Sintomas

Eles costumam variar da UVEÍTE anterior para a posterior. No primeiro caso, envolvem:

• Sensibilidade à luz (fotofobia)
• Olho vermelho (hiperemia)
• Dor no olho
• Eventualmente algum déficit visual

Como se pode ver, essa é a versão do problema que mais se confunde com a CONJUNTIVITE. Já na UVEÍTE posterior, alterações na visão são mais comuns e acentuadas.

Sem tratamento correto, a enfermidade eventualmente avança e provoca complicações. Ela pode abrir as portas para CATARATA e GLAUCOMA, por exemplo, ou alterar a anatomia do olho, o que também culmina em perda de visão.

Diagnóstico

O tratamento da UVEÍTE é diferente do da CONJUNTIVITE. Sem entender o que está causando os sintomas, fica complicado amenizá-los. Por outro lado, pessoas que já tiveram UVEÍTE (ela pode ir e vir ou ser crônica) não raro aplicam medicações específicas ao menor sinal de olho vermelho por acharem que se trata de mais uma crise. Mas e se for apenas uma conjuntivite? Para diagnosticar a UVEÍTE, os médicos podem lançar mão de exames de sangue, aparelhos que observam o fundo de olho e até testes oftalmológicos mais refinados.

Tratamento

Ele, claro, também varia conforme a causa da UVEÍTE e a região afetada. Se for provocada por sífilis ou toxoplasmose, um dos focos é justamente vencer essas doenças. E, claro, preservar a anatomia do olho com eventuais colírios ou outros remédios.

Quando a UVEÍTE é provocada por uma doença autoimune (a exemplo, de novo, da artrite reumatoide), corticoides tendem a entrar em cena para acalmar as células de defesa e controlar os estragos no olho.

E aqui entra o tratamento moderno que mencionamos anteriormente. Chamado de adalimumabe – da farmacêutica Abbvie –, ele está sendo incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para casos de UVEÍTE não infecciosa. É uma droga já utilizada para artrite reumatoide que controla muito bem a inflamação. Ainda assim, ela não deve ser utilizada logo de cara, inclusive porque não é barata.

Em resumo, o bom tratamento para a UVEÍTE do seu amigo pode ser muito diferente do seu. Se notar algum sintoma no olho, não deixe de procurar ajuda especializada.


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IOC Canaã dos Carajás-PA (94) 99192-1339
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